As osteotomias do quadril são procedimentos cirúrgicos utilizados para corrigir deformidades e garantir o alinhamento correto da articulação do quadril, especialmente em crianças que sofrem de Displasia do Desenvolvimento do Quadril (DDQ) ou luxações congênitas. Quando métodos conservadores, como órteses e tratamentos não cirúrgicos, não conseguem reposicionar adequadamente o quadril, a osteotomia se torna uma opção essencial para estabilizar a articulação e permitir o desenvolvimento normal da criança.

O que é

A osteotomia do quadril é uma técnica cirúrgica que envolve o corte e o realinhamento de ossos, seja no fêmur (osso da coxa) ou no acetábulo (parte da pelve que forma a cavidade do quadril), com o objetivo de melhorar a estabilidade e função da articulação. Isso é especialmente necessário em casos onde a articulação do quadril está fora do lugar por longos períodos, o que pode causar deformidades e instabilidade.

Tipos de Osteotomias do Quadril

Existem dois tipos principais de osteotomias utilizadas para corrigir a displasia e as luxações do quadril:

Osteotomia de Encurtamento do Fêmur:
Quando o quadril está luxado por um longo período, o fêmur pode parecer excessivamente alongado em relação ao acetábulo. Nesses casos, realiza-se a osteotomia para encurtar o fêmur, geralmente entre 1 a 2 centímetros, para permitir que a articulação se reposicione corretamente. Este procedimento melhora a congruência da articulação e promove um encaixe estável e funcional.

Osteotomia do Acetábulo:
Quando o “teto” do quadril (acetábulo) é muito raso ou achatado, o que é comum em casos de displasia prolongada, a articulação pode perder estabilidade. A osteotomia do acetábulo envolve a criação de um novo “teto” ao cortar e reposicionar o osso da pelve. Existem diversas técnicas para realizar esse procedimento, como a osteotomia de Salter, que gira o osso pélvico, ou a osteotomia de Pemberton, que modela a parte interna do acetábulo com maior precisão, proporcionando um melhor suporte para a cabeça femoral.

Processo Cirúrgico

Planejamento Pré-operatório:
Antes da cirurgia, é realizada uma avaliação minuciosa do quadril para determinar o tipo de osteotomia mais adequado. O planejamento é feito com base na anatomia específica da criança, levando em conta a gravidade da luxação ou da displasia.

Procedimento Cirúrgico:
A cirurgia envolve técnicas precisas e, sempre que possível, minimamente invasivas para reduzir o tempo de recuperação e o risco de cicatrizes. Durante o procedimento, o cirurgião realiza cortes no osso, seja no fêmur ou na pelve, e ajusta as estruturas para melhorar o alinhamento. Fixadores, como parafusos ou placas, podem ser utilizados para estabilizar os ossos após a correção.

Cuidados Pós-operatórios:
Após a cirurgia, na maioria das vezes é necessário que o quadril seja imobilizado com um gesso pelve-podálico, que mantém a articulação na posição correta enquanto o osso cicatriza. O tempo de imobilização varia, mas geralmente dura de 6 a 12 semanas. Após a retirada do gesso, é iniciada uma fase importante de reabilitação com fisioterapia, visando restaurar a força muscular, a mobilidade e garantir o desenvolvimento normal da articulação.

Benefícios

As osteotomias do quadril oferecem diversos benefícios para o tratamento de displasia e luxações congênitas, incluindo:

Melhora da estabilidade articular: A remodelagem do quadril garante que a cabeça femoral esteja adequadamente encaixada no acetábulo, prevenindo futuras luxações.

Função articular aprimorada: Com a articulação corretamente alinhada, a criança pode recuperar a mobilidade normal, permitindo uma marcha sem dor e uma qualidade de vida significativamente melhorada.

Redução do risco de artrite: Ao corrigir a instabilidade do quadril de forma precoce, a osteotomia reduz o risco de desenvolver artrose ou outras condições degenerativas nas articulações, comuns em adultos que não trataram adequadamente a displasia na infância.

Quando a Osteotomia é indicada?

A osteotomia do quadril é indicada principalmente para crianças mais velhas (acima de 18 meses) que apresentam displasia ou luxação grave, ou quando os métodos não cirúrgicos, como o uso de órtese de Pavlik ou outros dispositivos, não tiveram sucesso. É uma cirurgia corretiva que busca prevenir complicações a longo prazo, como dores crônicas e perda de função da articulação.

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