O Pé Torto Congênito (PTC) é uma das deformidades músculo-esqueléticas congênitas mais comuns, afetando cerca de 1 a cada 1.000 nascidos vivos em todo o mundo, e é mais frequente em meninos. Em cerca de 50% dos casos, a condição afeta ambos os pés (bilateral). Essa deformidade afeta os ligamentos, músculos, tendões e ossos do pé, e ocorre ainda durante o desenvolvimento fetal. O resultado é um pé que, ao nascimento, está visivelmente torcido, com a parte frontal virada para dentro e para cima.
Embora não cause dor ao bebê, se não for tratada, essa condição pode levar a limitações físicas graves, além de ter um impacto social e emocional significativo para a criança e sua família.
Diagnóstico
O diagnóstico do Pé Torto Congênito (PTC) é realizado logo após o nascimento, através de um exame físico feito por um pediatra ou ortopedista. Não são necessários exames de imagem, como raio-X ou ultrassom, para confirmar o diagnóstico.
Em alguns casos, a condição pode ser observada ainda na gestação, durante o ultrassom morfológico. Porém, a confirmação só é feita ao nascimento, quando o ortopedista verifica quatro deformidades principais no pé: Cavo, Aduto, Varo e Equino, além da rigidez articular, que impede a movimentação normal do pé. Se o pé estiver flexível, trata-se de um Pé Torto Posicional, uma condição mais leve que não requer tratamento cirúrgico.
Tratamento com o Método Ponseti
Atualmente, o tratamento de escolha para o Pé Torto Congênito é o Método Ponseti, desenvolvido pelo Dr. Ignacio Ponseti na década de 1950. Este método revolucionou o tratamento da condição, proporcionando resultados excelentes com uma abordagem minimamente invasiva e com uma taxa de sucesso superior a 95%. Ele é considerado o padrão-ouro no tratamento dessa deformidade.
O Pé Torto Congênito é uma condição que pode causar grandes limitações se não for tratada, mas com o Método Ponseti, a maioria das crianças pode ter uma correção eficaz e uma vida saudável e ativa. A chave para o sucesso do tratamento está no diagnóstico precoce, no correto acompanhamento das trocas de gesso e, principalmente, no uso adequado da Órtese de Abdução.
Se você suspeita que seu filho tem Pé Torto Congênito ou já recebeu o diagnóstico, agende uma consulta para iniciar o tratamento e garantir o melhor resultado possível para seu filho.
